A Democracia ateniense não era para todos, e sim para poucos, somente para o "Cidadão"...
"Cidadão" na Democracia de Atenas não eram apenas as pessoas que simplesmente habitavam/ocupavam a cidade. Mulheres, escravos e estrangeiros não eram considerados "Cidadão".
Na Grécia Antiga apenas era considerado "Cidadão" o indivíduo livre (não-escravo) do sexo masculino, filhos de pai (e mãe, por decisão de Péricles) ateniense, maior de dezoito anos e com serviço militar (de dois anos) cumprido.
Dentro desse preceito a Democracia Ateniense poderia ser considerada de voto obrigátorio, pois todos os cidadãos deveriam comparacer a Eclésia (assembléia) para votar... mas, a questão é: na Democracia Ateniense, todos os "cidadãos" não significava toda a população.
“Embora muitas vezes apresentada como uma norma pouco democrática, a obrigatoriedade do voto é uma medida institucional adotada em muitas democracias estáveis. E os motivos para essa adoção costumam obedecer a critérios políticos democratizadores, tais como conseguir a participação de grupos religiosos, minorias políticas ou, simplesmente, garantir a presença da maioria nas eleições (Nohlen, 1981).
No Brasil, a razão principal da adoção do voto obrigatório, em 1932, foi o temor de que uma participação diminuta pudesse tirar a legitimidade do processo. Realmente, em razão dos impedimentos legais (sobretudo a exclusão dos analfabetos) e das condições históricas de um país eminentemente rural, o eleitorado da época restringia-se a cerca de 10% da população adulta, o que significava um número muito reduzido (Soares, 1973). Contudo, com as transformações da sociedade brasileira e a concessão dos direitos políticos aos maiores de 16 anos e aos analfabetos, esse percentual cresceu expressivamente. Para as eleições de 1998, foram inscritos 106.076.088 eleitores de um total de 157.070.163 habitantes, ou seja, 67% da população brasileira (TSE, 1998a; IBGE, 1998a).”
Luzia Helena Herrmann de Oliveira, Professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina.
Fica a questão: Cabe a obrigatoriedade do voto nos tempos atuais?
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